Sugestões de Leitura

Nesta sucinta bibliografia, gostaria de apresentar algumas sugestões de leitura, privilegiando o material em português - com exceção de algumas outras obras em língua estrangeiras que acredito serem bastante interessantes.

Sobre o pensamento chinês e sua história, ver o clássico O Pensamento Chinês, de Marcel Granet (Contraponto, 1997) e História da Filosofia Chinesa, de Max Kaltenmark (Gradiva, 1982). Há um excelente manual de história chinesa de Ricardo Joppert, Alicerce Cultural da China (Avenir, 1979). Uma coletânea de textos sobre pensamento asiático aparece no livro Filosofia: Oriente, Ocidente (Cultrix-USP, 1978), nos quais se destacam os artigos “história da filosofia chinesa” e “o espírito do pensamento oriental” de Chan Wing-tsit. Na redação original deste trabalhão não utilizei (mas sugiro) o recém lançado livro de Anne Cheng, Historia Del pensamiento chino (Bellaterra, 2003).

Sobre o I Ching, recomendo as traduções de Wilhelm (Cultrix, 1988), Legge (Hemus, 2000) e do Padre Joaquim Guerra (com o nome de Yi Keng, editado pelos Jesuítas de Macau, 1984). Este último também publicou uma tradução completa do Shujing com o nome de Escrituras Selectas (Jesuítas de Macau, 1982). Encontramos ainda parte do Shujing traduzido por Lin Yutang no Livro Sabedoria da Índia e China (Pongetti, 1957).

O dedicado padre Guerra ainda nos legou o Quadrivolume de Confúcio (que contém as obras principais da escola dos letrados, incluindo o Lunyu) e o Livro de Mâncio (tradução completa dos textos de Mêncio), ambos publicados em Macau em 1984. Uma excelente versão do Lunyu é a de Anne Cheng (Ibrasa, 2000), e partes do livro de Mêncio também estão presentes em Yutang, 1957. Uma boa introdução sobre Xunzi pode ser encontrada no livro de Carmelo Elorduy, Humanismo Político Oriental (BAC, 1972).

Existem muitas traduções do Daodejing em português, mas poucas boas. Indico a de Richard Wilhelm (Cultrix, 1985) e a de Mario Sproviero (Hedra, 2003). Sobre Zhuangzi, as melhores traduções são de Yutang, 1957 e Burton Watson (Escritos básicos de Chuang tzu. Cultrix, 1988). Uma tradução original e interessante é a de Hammil & Seaton (Chuang tzu. Cultrix, 2000). Ver ainda a coletânea de textos taoístas de Henri Normand, Os Mestres do Tao (Pensamento, 1988), o texto de Artur Walley El Camino y su poder (Kier, 1979) e o bom manual de introdução Elementos do Taoísmo (Ediouro, 1993) de Martin Palmer.

Sobre os moístas, legistas e nominalistas praticamente nada há em português. Alguns trechos de Mozi foram traduzidos em Yutang, 1957 e Shang Yang recebeu uma tradução em português (Europa-América, 1999). Uma boa fonte de textos é o livro Sources of Chinese Philosophy, de Chan Wing-tsit (Columbia, 1960 - várias vezes reeditado).

Para completar estas indicações, boas obras sobre Confúcio e o Confucionismo são a de Raimond Dawson (Confúcio. FCE, 2000) e C. Jingpan Confucius as a teacher (Beijing, 1990). Sobre História Chinesa, o clássico A Civilização Chinesa, de Marcel Granet (Ferni, 1979), o Mundo Chinês, de Jacques Gernet (Cosmos, 1969) e A China Antiga, de W. Watson (Verbo, 1969). Vale consultar também o texto de Mircea Eliade & Couliano História das crenças e idéias religiosas (Zahar, 1978). O Shiji (Recordações Históricas, de Sima Qian) foi parcialmente traduzido por Burton Watson sob o título Records of Grand Historian (Columbia, 1993). O citado livro de Geertz é Antropologia das Culturas (Zahar, 1978), e o artigo de Raimond Panikkar, É a questão dos direitos humanos uma noção ocidental? está na revista Diógenes, (Brasília, 1988). Vejam ainda o texto de Eduard Said, Orientalismo (Zahar, 1996), fundamental para compreender para como o Ocidente interpreta o Oriente. Lançados recentemente, os livros de François Jullien Figuras da Imanência, O sábio não tem idéia e Tratado da Eficácia são também excelentes estudos sobre a filosofia chinesa.